O júri do ex-PM Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010, teve briga, choro e até imagens censuradas: diante das câmeras em uma sala do Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como em um reality show, no primeiro tribunal do júri transmitido ao vivo no País, coube ao juiz dirigir câmeras – e cortar a imagem, quando achou necessário. Entre os depoimentos, destacou-se o irmão de Mércia, Márcio, que buscou defender a “honra” da irmã.
Apesar do clima de “big brother”, nem tudo atravessou as paredes do tribunal. Uma testemunha pediu para não ter a imagem divulgada e outra não quis nem que sua voz aparecesse. Em outro momento, após um bate-boca entre o irmão da vítima e primeira testemunha do dia, Márcio Nakashima, e um dos advogados de Mizael, Ivon Ribeiro, as imagens deixaram de ser divulgadas por determinação do juiz Leandro Bittencourt Cano.
Os três advogados de defesa, no caso, adotaram posturas diferentes em sua estratégia para tentar desconstruir a tese do irmão da vítima, que aponta Souza como autor do crime. Samir Haddad Júnior tentou demonstrar simpatia, Wagner Aparecido Garcia fez questionamentos técnicos, e Ribeiro foi mais incisivo, explorando contradições.
Três testemunhas de acusação prestaram depoimento nesta segunda-feira, mas sem a presença do réu. Nesta terça, devem ser ouvidas outras duas: o delegado Antonio Assunção de Olim, que comandou as investigações, e o advogado Arles Gonçalves Junior, que acompanhou os depoimentos do vigia Evandro Bezerra da Silva, apontado como cúmplice, que diz ter sido torturado para confessar.
0 Comentários