18 jan 2024
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Blog do Seridó
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UFRN recebe patenteamento de sensores capazes de detectar de cafeína a cloroquina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte conseguiu, no dia 12 de dezembro, mais um reconhecimento de descoberta científica. Isso porque um grupo de cinco inventores recebeu, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), o patenteamento definitivo relativo a um sensor eletroquímico, desenvolvido com cortiça e pasta de carbono, capaz de aumentar a sensibilidade e a seletividade para detecção e quantificação de vários compostos específicos. Os sensores eletroquímicos são dispositivos que transformam a interação eletroquímica em um sinal analiticamente útil. No caso da tecnologia patenteada, são microssensores.

“Para tentar entender mais facilmente, vou fazer uma comparação. Nós encontramos na farmácia um dispositivo para medir a glicose, que nos ajuda a determinar alguns valores e os identifica no display do aparelho. Juntamente com ele, são utilizadas algumas ponteiras — com as quais fazemos um furo no dedo e obtemos gotículas de sangue — e umas tirinhas. Essas tirinhas colocadas no dispositivo eletrônico são microssensores eletroquímicos. Então, o que nós desenvolvemos no Laboratório de Eletroquímica e Aplicada, junto com o Grupo de Energias Renováveis e Sustentabilidade Ambiental, são dispositivos como essas tirinhas, também chamados de microssensores eletroquímicos”, explica Carlos Alberto Martínez-Huitle, coordenador do grupo.

Docente do Instituto de Química da UFRN, ele pontua que esses microssensores, regra geral, são baseados na composição de diferentes materiais. Essa composição é direcionada de acordo com a aplicação que se busca. No caso da patente Sensor eletroquímico de cortiça em pasta de carbono, o carbono e a cortiça são os principais componentes. Menos conhecida, a segunda é muito utilizada em utensílios de cozinha e em alguns materiais de construção, porém é considerada um resíduo. Para ser aproveitada na invenção, ressalta Martínez-Huitle, ela passa por um pré-tratamento químico visando à eliminação de impurezas.

“A quantidade usada é relativamente pouca, pois com, vamos supor, um quilo de cortiça, podemos fazer muitos desses sensores eletroquímicos. Isso sem perder eficiência, já que a seletividade e a sensibilidade do sensor para compostos orgânicos e inorgânicos têm sido significativamente aumentadas. Essa combinação faz dele algo altamente econômico, fácil de usar e preparar, e, não bastasse, multiuso na detecção de materiais”, destaca.

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