No Povoado da Cruz, comunidade pertencente ao município de Currais Novos, no sertão do Rio Grande do Norte, a principal atividade econômica é a produção de polpa de frutas. A seca deste ano, considerada a maior estiagem das últimas cinco décadas, afetou a lavoura do local e, consequentemente, a maior fonte de renda da população.

O açude da povoação está secando, o teor de sal e a poluição aumentaram e as plantas que estão sendo regadas com essa água estão morrendo. O maior produtor da comunidade tirava uma média de 40 caixas de goiaba por dia. Hoje, a produção diária desse agricultor resume-se a duas caixas.

Todos os 27 agricultores do povoado têm sido atingidos pela crise. A cooperativa local que faz as polpas recebia uma tonelada de frutas por dia e agora recebe 600 quilos por semana.

Para a presidente e fundadora da associação, Íris Lucimar da Silva Araújo, a esperança reside em um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “A situação é crítica. Desde que iniciamos a produção de polpas, em 2004, nunca passamos por algo parecido”, observa.