Poucos municípios brasileiros respondem pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB), informou hoje o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os dados estão no comunicado Desigualdade da Renda no Território Brasileiro que mostra que, no passado, essa desigualdade era menor.
O comunicado engloba dados que vão de 1920 até 2007 e mostram que o peso relativo dos PIBs municipais foi multiplicado por 2,24 vezes no período.
Em 1920, em 1% dos municípios mais ricos, a riqueza se concentrava em 21% deles e, em 2007, a concentração da riqueza subiu para 47% nessa mesma fatia.
Os municípios entre os 40% mais pobres do país registraram perda relativa na participação do Produto Interno Bruto Nacional de 9,4% para 4,7%, entre 1920 e 2007, e, no caso dos municípios entre os 70% mais pobres, a participação caiu de 31,2% para apenas 14,7% no período.
Em outras palavras: as cidades maiores ficaram mais ricas, e as menores, mais pobres.
Para enfrentar a situação, o Ipea defende o planejamento articulado e integrado do desenvolvimento nacional nos planos regional e local.
“Sem isso, o Brasil corre o sério risco de repetir o passado, com forte concentração da produção da riqueza nacional em pouquíssimos municípios, estados e regiões”, avaliam os técnicos do instituto.
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