14 ago 2011
 Por 
Blog do Seridó
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11:09min. 
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Homenagem ao Dia dos Pais: Sublime Discrição

No segundo domingo do oitavo mês do ano, todos os anos, não se observam anúncios de promoções no comércio nem os meios de comunicações são movidos por momentos de reflexões. Não há a semana dele para espaços de declarações de amor, para os sentimentos serem expostos. Agosto parece desprovido de alvoroço!

No segundo domingo do oitavo mês do ano, não são lidas histórias escritas em páginas calosas de mãos que se abrem para abraçar o duro trabalho diário! Histórias de rastros de zapragatas que caminham com devoção em busca do sustento da casa! Agosto parece um rosto escondido no tempo!

No segundo domingo do oitavo mês do ano, não se desenham corações com frases carinhosas. É como se a alma, por trinta e um dias, saísse de férias para um canto sem canto! É como se um pedaço da vida sobrasse da fartura consumida nos demais meses do ano! Agosto parece que não dá ibope!

No segundo domingo do oitavo mês do ano não há ofertas criativas para o sinônimo de fortaleza. Não há lágrimas irrigando rostos… Parece que agosto não chora como os outros meses do ano!

No segundo domingo do oitavo mês do ano os poemas são poucos. É como se a inspiração ficasse de molho! É como se os versos ficassem dispersos por incompatibilidade de gênero! É como se agosto não fosse o preparo da primavera!

No segundo domingo do oitavo mês do ano os presentes são ocultos!  Há um beijo tímido com receio de ser dado! Há um abraço de pouco aperto! Há uns parabéns ditos de longe! E há uma lágrima que sempre se esconde com vergonha de ter nascido!

No segundo domingo do oitavo mês do ano a montanha se desmonta ao menor gesto de afago! E hoje fui desperto por alvoradas de carinho!

Por Gilberto Costa

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