
O projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro avançou na Câmara dos Deputados e já preocupa o governo federal, que se prepara para uma disputa no Senado. A proposta ganhou impulso após o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e passou a dominar o debate político em Brasília.
Em agenda em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou preocupação com o tema, que foi discutido durante sua viagem de Brasília a Minas Gerais. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que há chances significativas de o projeto ser aprovado na Câmara.
Cálculos preliminares indicam que o União Brasil, partido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), pode entregar cerca de 50 votos favoráveis à proposta na Câmara. A oposição trabalha para ampliar esse número, ainda que o texto final não esteja fechado.
Mesmo contrário à anistia, Alcolumbre reconhece que, caso a matéria seja aprovada com larga margem entre os deputados, será difícil barrar sua tramitação no Senado. Diante desse cenário, o governo já admite que terá de atuar voto a voto para tentar frear o avanço da proposta.
A discussão sobre a anistia vem ofuscando outros assuntos da agenda política nacional e deve se consolidar como a principal disputa entre base governista e oposição nas próximas semanas.