O Brasil tem hoje um déficit de pelo menos 32,7 mil professores no ensino médio, concentrado especialmente na área de exatas – faltam mais de 9 mil docentes apenas em Física. Ao mesmo tempo, as redes têm 46 mil docentes sem formação específica, que poderiam ser capacitados, e 61 mil fora das salas, cedidos para áreas administrativas. As conclusões são de auditoria especial do Tribunal de Contas da União (TCU).

A análise feita pelo TCU e Tribunais de Contas de 24 Estados e do Distrito Federal – as exceções foram Roraima e São Paulo, que não aceitaram participar – investigou cobertura, professores, gestão e financiamento do ensino médio. “Boa parte desse déficit poderia ser resolvido com melhoria de gestão”, afirmou o ministro Valmir Campello, relator da auditoria. 

O déficit de professores pode ser maior, uma vez que houve algumas simplificações nos cálculos para evitar superdimensionamento – por exemplo, professores que dão aulas em duas disciplinas foram registrados como dois docentes. 

A investigação apurou grande número de contratos temporários. Em média, 30% dos professores do País têm contratação precária – o índice passa de 60% no Espírito Santo (66,6%), em Mato Grosso (64,8%) e em Mato Grosso do Sul (61%).