10 dez 2011
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Blog do Seridó
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Delegados regionais de polícia decidem entregar os cargos

Os dez delegados responsáveis pelas delegacias regionais do Rio Grande do Norte entregarão os cargos em virtude das deficiências na estrutura da segurança pública do Estado. A decisão será protocolada na próxima quarta-feira, 14, em reunião com o delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério Silva. Até o final do mês de janeiro de 2012, os homens deverão se ver livres dos cargos administrativos em que ocupam. A única possibilidade de a categoria rever a decisão é com a convocação integral dos aprovados em concurso no ano de 2009.

Sob responsabilidade de cada um dos delegados regionais estão a investigação de crimes ocorridos em 15, 16 e até mesmo 20 cidades do RN. A sobrecarga de trabalho começa a gerar indignação nos delegados, que se reuniram ontem para decidir medidas visando a melhoria do serviço prestado à população. Para a presidenta da Associação dos Delegados (Adepol), Ana Cláudia Saraiva, “não há mais condições de continuar assim”.

A decisão pela entrega dos cargos foi deliberada ontem durante reunião na sede da Adepol, no bairro de Mãe Luíza – zona Leste de Natal. Como delegado regional é um cargo administrativo indicado pelo delegado-geral, há a possibilidade de pedir exoneração sem prejuízo legal. A protocolação da decisão ocorrerá na próxima quarta-feira durante reunião na Delegacia Geral de Polícia (Degepol).

A reivindicação da categoria é que haja a nomeação de mais de 50 delegados concursados para que eles ocupem, no mínimo, todas as sedes de comarca do Estado. O Rio Grande do Norte conta com 65 Comarcas, das quais apenas 24 contam com equipe da Polícia Civil.

O delegado Getúlio Medeiros, da 7ª DRP em Patu, esclarece que o problema da sobrecarga teve início quando houve a determinação para a Polícia Militar não mais realizar o papel da Polícia Civil, no registro e investigação de ocorrências. “Aceitamos o desafio em nome da segurança pública, pois disseram para a gente que logo haveria um concurso e as comarcas seriam ocupadas. Houve o concurso, só que os aprovados ainda não foram nomeados”, disse Medeiros – responsável por 14 cidades. Ele classificou como “humanamente impossível” conduzir inquéritos em tantos municípios diferentes. “Chegamos ao nosso limite. Senti-me enganado ao assumir o compromisso e não ver a contrapartida do governo em auxiliar a segurança pública”.

Em situação similar, está o delegado Petrus Antonius Gomes Ferreira, da 9ª DRP em Santa Cruz. Responsável por 12 cidades, Petrus possui um agente e não há escrivão para auxiliá-lo na tarefa de polícia judiciária. “A estrutura da Polícia Civil nessas 12 cidades se resume a mim, o delegado. Estou sobrecarregado com a demanda do serviço”, reclama Petrus Antonius.

Para a presidenta da Adepol, a decisão de deixar os cargos ocorre no sentido de pressionar a administração para melhorias na Polícia Civil. “Queremos a nomeação dos aprovados. Já deu para perceber que do jeito que está não pode continuar”, afirmou.

Da Tribuna do Norte

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