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Agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta terça-feira (13), o delegado Marcelo Martins, atual Diretor Geral de Polícia Especializada, e o ex-secretário da Seap na gestão do ex-governador Sérgio Cabral, o coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, durante mais um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. Os policiais estão nas ruas para cumprir 14 mandados de prisão, sendo 9 temporárias e 5 preventivas. Segundo as investigações, os suspeitos integravam um esquema de superfaturamento e fraude no fornecimento de pão para os presos.

O foco principal da investigação está em irregularidades no fornecimento de café da manhã e lanche para os detentos, em um contrato (não mais vigente) que envolvia o funcionamento de padarias dentro do complexo de Bangu. A fase da operação desencadeada nesta terça foi feita a partir de reportagens exibidas pelo jornalismo da TV Globo.

Segundo o Tribunal de Contas do Estado, a Seap pagava duas vezes pelo pão que era fornecido aos presos. Um contrato era para o fornecimento do pão e outro para comprar os ingredientes. De acordo com a investigação, a Iniciativa Primus instalou máquinas para a fabricação de pães dentro do presídio, usou a mão-de-obra dos presos, usou a energia elétrica, usou água, usou os ingredientes fornecidos pelo estado e ainda cobrava pelo pãozinho.

O envolvimento do delegado Marcelo Martins no esquema teria acontecido em um período em que ele não ocupava o cargo de diretor das delegacias especializadas. Martins é suspeito de receber mesada no esquema. Ainda segundo o MP, o pai do delegado também receberia vantagens do grupo, pois era sócio de uma casa de câmbio apontada como responsável por lavar dinheiro do esquema criminoso. Essa é a primeira vez que um policial civil é preso na Lava Jato.

Um fator que chamou a atenção dos investigadores foi o crescimento do patrimônio de César Rubens Monteiro de Carvalho, que aumentou em 10 vezes no período em que era secretário da Seap. Em consulta ao Cadastro de Embarcações da Marinha do Brasil, o Ministério Público Federal constatou que ele é proprietário de sete embarcações.