O Câncer de Próstata Resistente à Castração (CRPC) é um tipo tumoral sem cura que continua a proliferar mesmo em condições de baixos níveis de andrógenos, hormônios responsáveis pela produção de características sexuais masculinas e pelo funcionamento da próstata. Como parte da pesquisa de doutorado de Rafaella Ferraz, do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da Universidade Federal do Pará (PPGBM/UFPA), foram descobertos potenciais biomarcadores que podem ser utilizados no diagnóstico do CRPC metastático. Com coordenação do professor Rodrigo Dalmolin, do Departamento de Bioquímica (DBQ/UFRN), o estudo contou com apoio do Núcleo de Processamento de Alto Desempenho da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (NPAD/UFRN).
Até o momento, a terapia de privação de andrógeno (ADT) é o método padrão usado para tratar pacientes com câncer de próstata. Entretanto, após 2 ou 3 anos de tratamento, alguns pacientes deixam de responder ao procedimento e evoluem para a forma agressiva da doença, chamada de Câncer de Próstata Resistente à Castração (CRPC), que comumente avança para o estágio metastático (mCRPC).
Nesse estágio, o tumor se espalha para outras partes do corpo, sendo a causa de 90% das mortes associadas ao câncer. O objetivo das terapias para a metástase é o de aumentar a sobrevivência dos indivíduos e a sua qualidade de vida. Porém, devido a significativa heterogeneidade molecular do tumor, faltam estratégias de tratamento ideal para o mCRPC.
O mecanismo de resistência do câncer e o seu processo metastático ainda não está bem esclarecido, conhecimento que poderia ser utilizado para a descoberta de novos biomarcadores e o desenvolvimento de novas drogas a fim de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. “Dois terços de pacientes com CRPC desenvolvem metástase nos primeiros anos da doença, reduzindo drasticamente o tempo de sobrevida de uma média de 9-30 meses para 9-13 meses”, explica a bióloga e pesquisadora Rafaella Sousa Ferraz.
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