Os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno, que representam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), têm nas mãos a defesa mais difícil na trama golpista. Bolsonaro é apontado como o líder do plano de golpe. O ex-presidente conecta toda a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a acusação, a tentativa de golpe foi orquestrada por ele em benefício próprio.

Por isso, ao apresentar seus argumentos nesta quarta-feira 3, na sala de sessões da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), os criminalistas buscaram colocar em dúvida o papel de comando de Bolsonaro e a conexão do ex-presidente com os documentos golpistas apreendidos na investigação e com o 8 de Janeiro. “O presidente foi dragado para esses fatos”, iniciou Vilardi. Os advogados se revezaram na tribuna do STF.

O julgamento da trama golpista foi suspenso ontem, após dois dias de atividades, e será retomado na terça-feira 9. A estratégia da defesa foi relacionar episódios que demonstram que, apesar da crise política instaurada após as eleições de 2022, o ex-presidente procedeu à transição de governo.