Na manhã da quinta-feira, 27, o detento Antônio Palocci Filho retomou as conversas com os advogados para montagem dos anexos de sua delação premiada, que é negociada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Foi quando recebeu pela primeira vez notícias da repercussão da bomba relógio colocada no colo do ex-presidente Lula: sua carta ao PT de desfiliação. Um artefato que atinge o coração do partido, criado pelos dois há 36 anos, que enfreta sua pior crise.
A carta ao PT foi redigida por Palocci, de próprio punho, da cadeia e entregue aos advogados para ser digitada e impressa. O garrancho de médico virou três páginas e meia de um documento assinado por ele na terça-feira, 25. Explosivas, as palavras do ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma Rousseff foram endereçadas à presidente nacional do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, no dia seguinte, a simbólica data de 26 de outubro, quando completou um ano de prisão.