Vai morrer, vai morrer, vai morrer”… Essa é a frase que ecoa nos corredores da Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, localizada em Caicó, onde está preso Alexandro Soares de Melo, 37 anos, mais conhecido como Sandro, o homem apontado como o autor do espancamento que levou a menina Mylena Soares da Silva, 9 anos, à morte e deixou a população de Jucurutu enfurecida.
Devido a ameaças de linchamento sofridas no dia seguinte ao crime, Alexandro teve que ser conduzido sob esquema de segurança para o presídio estadual de Caicó, onde está detido há 19 dias, mas está vivendo, segundo ele, em clima de medo e insegurança e recebendo ameaças constantes de morte dos outros detentos da unidade.
As ameaças foram confirmadas pelo advogado do acusado, Ariolan Fernandes, e pelo vice-diretor do presídio Eider Brito. Em entrevista concedida à GAZETA DO OESTE, Alexandro contou detalhes de como é viver 24 horas sob ameaça de morte, mesmo estando em cela reservada e afastado dos demais presos.
A entrevista aconteceu na sala da direção do presídio e o trajeto do Pavilhão A, onde se localiza a cela de Sandro, até o local onde ele encontraria a equipe de reportagem, foi marcado por muita tensão. Com uma expressão assustada e poucas palavras, deixando transparecer medo e tensão, Alexandro disse que está vivendo dias muito difíceis. “Eu estou aqui com muito medo e escuto que os outros presos falam que vão me matar”, disse.
Com uma cidade inteira revoltada, população de 17.620 habitantes, segundo o Censo 2010, o depoimento de várias testemunhas e uma denúncia feita pelo Ministério Público de homicídio triplamente qualificado, Alexandro resiste na sua versão de inocência no caso. Para ele, tudo o que está acontecendo é um mal entendido e o verdadeiro culpado vai aparecer. “Eu estou me sentindo muito mal com tudo isso que está acontecendo. A Mylena era da minha família e eu nunca ia fazer nada disso com ela”, disse.
Mesmo diante de todas as ameaças que vem sofrendo, Alexandro diz que se for inocentado vai continuar morando em Jucurutu, porque tem consciência que não fez nada e que toda a população vai ver isso. “Eu não vou embora pra outra cidade, tenho minha consciência tranqüila que não cometi esse crime e não tenho por que fugir”, declarou.
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