As festas de fim de ano e novos planos para o período seguinte podem atiçar àqueles que, por um motivo ou outro, buscam um empréstimo consignado para comprar, pagar dívidas ou até mesmo repassar dinheiro para familiares, amigos e colegas. Principalmente aposentados e pensionistas, que cada vez mais recorrem ao INSS para obter esse tipo de crédito, afinal, trata-se de alternativa tentadora, com juros baixos e de alta segurança tanto para quem contrata quanto para quem empresta. Porém, o ato deve ser analisado com todo o cuidado possível.

Quem faz esse alerta é o educador financeiro Reinaldo Domingos. Veja algumas ponderações importantes. “O primeiro ponto é se refletir é: para quem eu estou pedindo esse dinheiro? Lembrando que nunca é recomendado pedir um empréstimo para outra pessoa, seja quem for. O segundo é: eu preciso mesmo desse dinheiro? Pra que eu usarei esse dinheiro? Essas perguntas ajudam a avaliar bem o caso, já que, ao obter um empréstimo consignado, essa pessoa terá a renda comprometida a longo prazo”, alerta.

Dados recentes apontam que, só no último mês de setembro, as operações de crédito consignado pelo INSS movimentaram R$ 1,98 bilhão no Brasil. Apesar do montante, o valor foi 16,12% menor do que o apurado no mesmo mês do ano passado.

De acordo com Domingos, muitos desses contribuintes se basearam nos juros baixos na hora de contratar o empréstimo. O que é um erro, na avaliação do educador financeiro. “Se o fator de decisão foram os juros mais baixos, é sinal de essa pessoa não está com suas contas equilibradas. Ele resolve um problema, mas, com as parcelas a serem pagas pelo crédito, acaba arrumando outro”, afirma.

E qual seria a orientação neste caso? “Antes de buscar o dinheiro, que essa pessoa faça uma ‘faxina financeira’. Que faça um diagnóstico, para buscar a real causa do problema, antes de contrair outra divida”, alerta Domingos.

Por conta dessa análise financeira, não é possível afirmar quais taxas de juros valem mais a pena na hora de se obter um crédito consignado, ou quanto da renda deve ser comprometido para pagar as parcelas. Depende muito do resultado desse diagnóstico, que apontará qual valor mensal costuma sobrar na conta do contribuinte.

“Depende do que sobra do salário a cada mês. A conta nesse caso é simples: se eu ganho R$ 1.000 e me sobra 20% do salário todo mês, é com esse valor que eu vou trabalhar na hora de estipular o tanto que eu posso pagar mensalmente pelo empréstimo. O importante é saber o quanto de desconto eu posso suportar a longo prazo. Se estiver dentro do orçamento, eu aconselho que se faça a contratação do crédito, sem problemas”, afirma Domingos.

Fonte: Portal Band

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