Pela primeira vez, o uso de drones pelo Ministério Público Federal (MPF) possibilitou a produção de provas, que o órgão considerou que foram cruciais para a comprovação do dano ambiental causado por uma mineradora. Alvo de uma ação civil pública, a empresa tinha licença para prospectar minério de ferro na área conhecida como Sítio Serra da Cruz, localizada em Caicó, no Seridó potiguar. A região recebe turistas de todo o Brasil e é conhecida pela concentração de cavernas, onde há pinturas rupestres e rios subterrâneos.
Estudos realizados por espeleólogos (especialistas em cavernas) do Rio Grande do Norte indicaram degradação ambiental na área de influência daquelas cavidades, inclusive com o aumento do aspecto turvo do rio subterrâneo. Embora a suspeita fosse de dano ambiental decorrente da atividade de mineração, não existiam meios adequados para comprovar a hipótese.
“Foi por meio das análises geográficas realizadas com o auxílio do drone que conseguimos assegurar a existência do dano às cavidades das grutas, consistentes na supressão da cobertura vegetal e na modificação da topografia. Foi possível atestar esses danos pela presença de cortes, aterros e terraplanagem executada para abertura de vias de acesso e praças de sondagem”, explica a procuradora Maria Clara Lucena, responsável pela investigação.
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